terça-feira, 6 de março de 2012

Escala de coma de Glasgow

História
A escala de coma de Glasgow foi publicada oficialmente em 1974 por Graham Teasdale e Bryan J. Jennett, professores de neurologia na University of Glasgow, na revista Lancet, como uma forma de se avaliar a profundidade e duração clínica de inconsciência e coma.
Em 1970, o National Institutes of Health, Public Health Service, U.S. Department of Health and Human Services, financiou dois estudos internacionais paralelos. Enquanto um estudou o estado de coma de pacientes com traumatismo cranianos severos, e o segundo focalizou o prognóstico médico do coma. Os pesquisadores desses estudos desenvolveram então o "Índice de coma", que posteriormente transformou-se na escala de coma de Glasgow, à medida que os dados estatísticos aplicados afinaram o sistema de pontuação, tendo então o número 1 como a pontuação mínima e, depois, uma escala ordinal foi aplicada para observar tendências.
A escala de coma de Glasgow que inicialmente fora desenvolvida para ser utilizada como um facilitador, ou melhor instrumento de pesquisa para estudar o nível de consciência de pacientes com trauma craniano grave e, de forma incisiva, mensurar a função em pacientes comatosos, dificuldade da definição da extensão da lesão cerebral.

Elementos da escala
A escala compreende três testes: respostas de abertura ocular, fala e capacidade motora. Os três valores separadamente, assim como sua soma, são considerados.


Ocular
Verbal
Motor
1
Não abre os olhos
Emudecido
Não se movimenta
2
Abre os olhos em resposta a estímulo de dor
Emite sons incompreensíveis
Extensão a estímulos dolorosos (descerebração)
3
Abre os olhos em resposta a um chamado
Pronuncia palavras desconexas
Flexão anormal a estímulos dolorosos (decorticação)
4
Abre os olhos espontaneamente
Confuso, desorientado
Flexão inespecífica (normal)/ Reflexo de retirada a estímulos dolorosos
5
N/A
Orientado, conversa normalmente
Localiza estímulos dolorosos
6
N/A
N/A
Obedece a comandos

Abertura ocular (AO)
Existem quatro níveis:
4 Olhos se abrem espontaneamente.
3 Olhos se abrem ao comando verbal. (Não confundir com o despertar de uma pessoa adormecida; se assim for, marque 4, se não, 3.)
2 Olhos se abrem por estímulo doloroso.
1 Olhos não se abrem.

Melhor resposta verbal (MRV)
Existem 5 níveis:
5 Orientado. (O paciente responde coerentemente e apropriadamente às perguntas sobre seu nome e idade, onde está e porquê, a data etc)
4 Confuso. (O paciente responde às perguntas coerentemente mas há alguma desorientação e confusão)
3 Palavras inapropriadas. (Fala aleatória, mas sem troca conversacional)
2 Sons ininteligíveis. (Gemendo, grunido, sem articular palavras)
1 Ausente.

Melhor resposta motora (MRM)
Existem 6 níveis:
6 Obedece ordens verbais. (O paciente faz coisas simples quando lhe é ordenado.)
5 Localiza estímulo doloroso.
4 Retirada inespecífica à dor.
3 Padrão flexor à dor. (decorticação)
2 Padrão extensor à dor. (descerebração)
1 Sem resposta motora.

Interpretação
• Pontuação total: de 3 a 15
o 3 = Coma profundo; (85% de probabilidade de morte; estado vegetativo)
o 4 = Coma profundo;
o 7 = Coma intermediário;
o 11 = Coma superficial;
o 15 = Normalidade.
• Classificação do Trauma cranioencefálico (ATLS, 2005)
o 3-8 = Grave; (necessidade de intubação imediata)
o 9-12 = Moderado;
o 13-15 = Leve.

Escala pediátrica
• Melhor resposta motora:
1. Nenhuma resposta.
2. Extensão(descerebração).
3. Flexão(decorticação).
4. Se afasta da dor.
5. Localiza a dor.
6. Obedece aos comandos.
• Melhor resposta verbal:
1. Nenhuma resposta.
2. Inquieto, incosolável.
3. Gemente.
4. Choro consolável, interação adequada.
5. Sorri, orientado pelo som acompanhando objetos, ocorre interação.
• Ocular:
1. Nenhuma.
2. Com a dor. (ex. leve beliscão)
3. Com a fala.
4. Espontâneo.


Fonte: Wikipedia